À Descoberta de Miranda do Douro
 


Vilar Seco, Silva, Granja, Uva e Mora

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De bicicleta
Miranda do Douro - Malhadas - Vilar Seco -
 S. Pedro da Silva - Granja - Uva - Mora - Teixeira
45 Km

De carro
Teixeira - Palaçoulo -
Duas Igrejas - Miranda do Douro

15 de Julho de 2006

Os dias têm estado quentes, mas hoje havias algumas nuvens e um vento fresco, parecia um bom dia para um passeio.

Já percorri todas as aldeias e tenho fotografias de todas elas mas ainda me falta falar de quatro delas. Decidi ir em direcção a S. Pedro da Silva e Granja, mas desta vez passando por Vilar Seco.

Saí em direcção em Malhadas, passei Genísio e cheguei rapidamente a Vilar Seco. Já conhecia vagamente a aldeia. Há uns oito anos atrás tirei mesmo fotografias a algumas janelas antigas nesta aldeia. Subi à igreja e dei um passeio por algumas ruas mas não todas. Começava a germinar na minha cabeça uma grande aventura e precisava de aproveitar o tempo.

Há saída de Vilar Seco notei um movimento estranho junto ao parque de merendas na Ribeira de Vilar Seco. Havia aí várias viaturas da GNR. Também desci à represa e presencial um espectáculo triste. Todos os peixes estavam mortos. Grande quantidade de peixes pequenos mas havia alguns com mais de 30 cm de comprimento pesando muito mais de 1,5 kg. Não quis intromete-me no trabalho das forças da ordem pás pude aperceber-me que pelo menos se suspeitava que alguém tivesse contaminado a água com a lavagem de fossas.

Parti em direcção a S. Pedro da Silva onde comi a minha parca merenda. Depois de 10 minutos sentado e refrescado com quase um litro de água fiz mais uma visita à igreja. Ao Sábados tenho quase sempre sorte com as igrejas porque é o dia em que normalmente mudam as flores e, além de encontrar a porta aberta, encontro pessoas que gostam de falar da sua terra.

Parti para a Granja. Desta vez decidi fazer o caminho inverso do que tinha feito na última visita a 22 de Abril de 2006. Desci à aldeia pela estrada e depois subi por um caminho até à capela de Santa Ana. Na passagem rápida pela Granja pude aperceber-me que as ruas estão finalmente compostas, alcatroadas de fresco. A aldeia tem agora outra graça. Também visitei a igreja, onde a sr. Lurdes, viúva e com muita vontade de conversar, me apresentou os santos um a um e me falou dos párocos que passaram pela freguesia. Brevemente será a festa da padroeira da Granja de Silva, Santa Marinha.

Subi à capela de Santa Ana e decidi que hoje era o dia da aventura! Empurrei a bicicleta de novo em direcção ao Concelho de Vimioso e parti à descoberta de Uva e Mora. Desconhecia essas localidades por completo, nem mesmo de carro, nunca tinha passado por estas paragens.

Foi uma agradável surpresa! Uva cativou-me. A aldeia tem recantos muito bem cuidados e recuperados sendo evidente muito trabalho recente na valorização dos espaços. O calor já apertava, aproveitar para despejar algumas garrafas de água pela cabeça abaixo e explorar um pouco a aldeia. Foi sem dúvida a meu momento alto do dia em fotografia.

Segui para Mora. O lugar é pequeno mas parece já ter sido uma aldeia grande. Um casal de idosos teve pena de mim e ofereceram-me uma cerveja ou um copo de vinho. Pena que me assustava o caminho ainda a percorrer senão bem tinha aceitado. Pela oferta, pela necessidade que tinham de falar e pelo prazer que eu teria em os ouvir. A água não corria nas torneiras, pelos vistos havia alguma avaria na rede.

O desafio maior estava para chegar – subir até Teixeira. Subi uma pequena encosta à saída de Mora e depois encontrei uma descida bastante grande que percorri a grande velocidade. A minha alegria terminou onde encontrei o Rio Angueira. Aproveitei para refrescar de novo a cabeça para me dar alento para a enorme subida até Teixeira. O sol queimava e a subida nunca mais acabava. Tive que descer da bicicleta e seguir calmamente, a pé, mesmo até Teixeira. Parei duas ou três vezes à sombra das árvores para respirar um pouco de ar fresco. Em todos os passeios que fiz até ao momento nunca a minha respiração e circulação se aceleraram tanto.

Aproveitei para me refrescar completamente. Na minha visita a Teixeira a 25 de Março de 2006 descobri uma ligação de água a uma casa, onde faltava o contador e de onde a água jorrava fresca depois de abrir o passador. Praticamente tomei banho. Só não molhei os calções porque com a transpiração tal já não era preciso. Senti-me melhor.

Parti para a Atenor, agora já conhecia o caminho. Tinha andado pouco mais de um quilómetro quando comecei a ouvir o assobio do ar que abandonava a roda traseira da bicicleta. Os meus receios concretizaram-se, perdi a roda traseira. Era desta que precisava do “carro de apoio”. Procurei o telemóvel mas não tinha rede. E agora? Teixeira estava mesmo ali, mas era para trás! Até Atenor ainda tinha que andar bastante. Comecei a a caminhar ao longo da estrada. De repente ouvi o motor de um carro, olhei. Será uma carinha? Era!. Recordei os gestos de adolescência e estiquei a mão. Um senhor, agricultor, pediu desculpa pela desarrumação da carrinha! Contrapus que a carrinha tinha quatro rodas e que eu tinha duas estava agora reduzido a uma. Ia para Palaçoulo – pois que assim seja.

Em Palaçoulo não resisti a uma cerveja fresca na Associação, agora já sabia que tinha que voltar a Miranda de carro. Telefonei para casa a pedir apoio e fui subindo até ao centro de Palaçoulo. Nesse trajecto encontrei alguns amigos. Prontificaram-se a levar-me à oficina ou a remendar-me a câmara de ar, mas eu não confiava mais naquele pneu que apresentava já muito mau aspecto. Sentei-me a conversar com alguns residentes enquanto não chegou o meu “carro de apoio” que conduziu a mim e à minha bike  a Miranda. O sol continuava a queimar e quase agradeci o pneu ter-se furado.

Ao fim do dia fui comprar um novo pneu e uma nova câmara-de-ar. Montei-o e fui na bicicleta tomar um café. Estamos de novo prontos…

Aníbal Gonçalves

 

As fotografias foram tiradas nos dias 11 de Março de 2006, 22 de Abril de 2006 e 15 de Julho de 2006.


Fotografias de Granja

Fotografias de Vilar Seco

Fotografias de Uva

Fotografias de Mora

Silva

(clicar na lupa ao lado das fotografias
para as ver em tamanho maior)


Lameiro à entrada de Silva.


Lameiro à entrada de Silva.


Vista parcial (de quem vai para a Granja)


Capela à entrada da aldeia


Pombal reconstruído


Casas em ruínas.


Fonte antiga.


Largo da Igreja


Interior da Igreja


Conjunto florido ao lado da igreja


Escola primária (já não vai abrir no próximo ano).

16 Julho 2006