Depois de mais de meio ano
afastado de Miranda do Douro, foi com muito prazer que
regressei, armado, de câmara em riste, pronto para uma
redescoberta.
No dia 21 de Julho
necessitei de enviar um ficheiro por correio
electrónico, recorri ao Quiosque Internet. Levei a
máquina fotográfica comigo, a luminosidade prometia.
Tarefa terminada, subi até ao largo da Sé para admirar o
Douro. A minha ausência limpou todas as poeiras, da
mente e do céu, as cores estão mais brilhantes e as
formas mais harmoniosas.
No Jardim dos Frades Trinos
subi à muralha. A paisagem, sobejamente conhecida,
namorava com o céu, incendiados no calor do Sol,
soltando cantos das frondosas árvores. Continuei pela
muralha e rodei a cidade pela Rua de D. Dinis. Depois de
chegar às ruínas do castelo decidi descer ao Rio Fresno.
Era o meu primeiro contacto com o empreendimento, depois
de concluído. Em termos fotogénicos é agradável, em
termos de utilidade, veremos.
Depois de mais de uma hora em busca do ângulo certo,
subindo e descendo os caminhos, senti que estava na hora
de regressar a casa, já sentia fome.
Almocei e regressei à
redescoberta de Miranda do Douro. Não tenho bicicleta em
Miranda, por isso fui mesmo de carro até ao Santuário de
Nossa Senhora do Nazo. Naquela estrada sinto-me
inspirado. Mais uma vez delirei com a paisagem,
fotografando em série panorâmicas fantásticas.
Com o dia já em declínio,
corri ainda para a estrada de Cércio-Freixiosa, outro
dos meus pontos de eleição. Foi aqui que vi o sol
despedir-se, escurecendo o céu azul vibrante, parando a
minha ânsia de congelar os momentos.
À noite voltei a Cércio
acompanhado da família. Reencontrámos amigos, comemos
uma boa dose de caracóis e iniciámo-nos nas cristas,
também muito saborosas. A noite estava muito fresca e
regressámos cedo a casa.
Pensava ter encerrado o site
À Descoberta de Miranda do Douro, mas enquanto me
deliciar com as paisagens do Planalto, vou continuar a
partilhá-las com quem gostar.
Aníbal Gonçalves