Mais dia menos dia
tínhamos que fazer um passeio em Miranda do Douro e
esse dia chegou. Por onde começar? Pois à distância.
Subimos até a entrada de Miranda do Douro e descemos
a Santa Luzia. Perto do campo de futebol largámos as
bicicletas e procurámos um ângulo agradável para
fotografar o Castelo e a Sé. O chão estava coberto
de flores silvestres e deu motivo para uma centena
de fotografias.
Por nós passaram dois
apreciadores da natureza e das caminhadas, um deles
o senhor Grande, caminheiro mais conhecido de
Miranda do Douro e que já se tem cruzado connosco
noutras alturas.
Os jardins em Santa
Luzia estão bem cuidados e parece que as aves
apreciam. Um melro não se calou um segundo enquanto
andámos por ali à procura do enquadramento ideal.
Descemos à fonte dos
canos, olhámos as obras que decorrem no Rio Fresno e
começámos a subida (bastante difícil) para Miranda.
Entrámos nos Torreões,
subimos a Costanilha, passámos pela centro junto ao
Museu e fomos em direcção à Sé. Não nos interessavam
os "quadros" que todos fotografam e por isso fomos
ligeiros a passar o jardim dos Frades Trinos. Saímos
das muralhas e descemos em direcção à Alfandega. Aí
o percurso foi feito metro a metro. Parece que a
natureza explodiu e é grande a quantidade de formas
e cores de flores naturais que brilham na sua curta
exibição. Azuis, brancas, amarelas, vermelhas,
roxas, todas se misturam num turbilhão de cor
desafiando os insectos e os fotógrafos amantes da
natureza.
A bicicleta foi
esquecida, o tempo também. Subimos aos montes,
descemos, andámos para trás e para a frente, e , a
cada passo, a cada ângulo, a visão é soberba. A
sirene dos bombeiros não tocou (como faz todos os
Domingos), pois era feriado, e quando vimos as horas
na câmara fotográfica já passava da uma da tarde.
Subimos em direcção à
antiga pousada pela pista para passeios pedestres. É
agradável a paisagem, pena é que não se consiga
olhar para lado nenhum sem se encontrar uma vasta
quantidade de fios eléctricos.
Neste passeio pela
cidade foi onde estivemos mais em contacto com a
natureza. A estrada não foi o principal e a
distância percorrida pouco contou. O sol já queimava
e o convite a contemplar a Primavera foi
irresistível. Os monumentos cá estarão à nossa
espera, numa próxima oportunidade.
Aníbal Gonçalves