O percurso de hoje
tinha um significado especial, era o completar da
(1.ª) volta ao concelho. Para o conseguir faltava
Fonte Ladrão e Granja, os objectivos a alcançar.
O dia estava
estranho mas foi melhorando e esteve até bastante
agradável embora com vento e algumas nuvens.
O caminho até S.
Pedro da Silva já era conhecido, estive lá quando
fui a Prado Gatão e tirei um bom conjunto de
fotografias. Passei S. Pedro e deparei com uma
estrada com uma paisagem magnífica! O céu estava de
um azul intenso com algumas nuvens e quase tudo que
se avistava na terra era verde salpicado de amarelo
ou branco. A estrada parecia artificial. Longa,
parecendo levar ao infinito, fazendo a ligação entre
a terra e o céu. Fiz uma paragem saborosa, gozando a
paisagem e partindo depois em direcção a Fonte
Ladrão. Só ainda aí tinha estado uma vez mas que
recordo bem. Foi em Junho de 2002 quando fui visitar
a aluna Filipa e a professora Isabel na despedida da
Escola EB1 de Fonte Ladrão que encerrou no ano
seguinte por falta de alunos.
Subi a um pequeno
monte sobranceiro à aldeia e pode vê-la de outro
ângulo. O ribeiro por detrás desse monte despertou a
minha curiosidade. Descia por um vale verdejante e,
de repente, entrava numa garganta ladeada por
rochedos com algumas grutas escavadas. Bem que me
apeteceu partir a explorar essas grutas e a
percorrer essas gargantas que possivelmente até têm
pequenas cachoeiras. Andar nesse monte não foi nada
agradável, as giestas rasteiras estavam cheias de
espinhos. Por sorte tinha deixado a bicicleta antes
de começar a subida.
Desci de novo à
aldeia, dei um pequeno passeio por todas as ruas.
Tenho um sentido de
orientação bastante apurado e sabia que poderia
haver uma alternativa melhor do que voltar para S.
Pedro da Silva. Arrisquei procurar um caminho na
direcção que julgava ser a de Granja. Felizmente à
saída da aldeia um residente confirmou-me que o
caminho conduzia mesmo a Granja e continuei, agora
mais sossegado. Os percursos todo-o-terreno são mais
agradáveis mas há um grau muito elevado de risco
quer em relação às distâncias a percorrer quer em
relação às dificuldades que se vão encontrar. Neste
caso, o caminho estava em excelentes condições,
havia apenas uns charcos perto de Granja, a maior
dificuldade foi mesmo ultrapassar uma manada de
vacas que também se dirigia para Granja.
Respirei aliviado
quando reconheci o cruzamento de Granja. Decidi e
ainda bem fazer uma visita à capela de S. Ana, nunca
aí tinha estado. Tirei algumas boas fotografias.
Era uma hora da
tarde, rebusquei no saco vermelho e comi alguns
bolinhos de coco. Como sabe bem comer no campo!
Desci à Granja e percorri as suas ruas quase
desertas. As ruas estão em mau estado (tal como em
Fonte Ladrão e Teixeira). Espero que concluam as
obras do saneamento o mais rapidamente possível
porque a aldeia assim não está bem.
Iniciei o caminho de
volta subindo a pé até ao cruzamento coma estrada
que vai para Uva, já fora da aldeia.
Em S. Pedro da Silva
aproveitei para tomar um café e fotografei os
lameiros com flores brancas. O céu estava agora mais
nublado e tinha que esperar a abertura das nuvens
para aproveitar os poucos raios de sol que chegavam.
Pedalei sem pressas
até Miranda do Douro. Em Cércio ainda me cruzei com
o compasso que fazia a visita pascal.
Aníbal Gonçalves